Pesquisar para Conhecer
A ciência aplicada à conservação das tartarugas marinhas e do ambiente costeiro
Pesquisa

No Caminho do conhecimento sobre as tartarugas marinhas no Sul do Brasil, Caminho Marinho promove Expedições em importantes áreas de alimentação de tartarugas-verdes, assim como um monitoramento ininterrupto nos Molhes da Barra, Rio Grande, Rio Grande do Sul. Além de registrar importantes dados populacionais e coletar amostras para o desenvolvimento de monografias, dissertações e teses, Caminho Marinho acaba assistindo a metade das tartarugas marinhas que encontram, seja por problemas como ingestão de lixo marinho, ocorrência de tumores, sanguessugas, colonização massiva de epibiontes, interações com embarcações e artes de pesca como redes ou anzóis.

O Caminho Marinho acredita que o conhecimento compartilhado é o caminho à conservação das tartarugas marinhas sob uma abordagem ecossistêmica, e o desenvolvimento de teses, dissertações e monografias, se torna fundamental à promoção da pesquisa, apontando para o nosso lema PESQUISAR PARA CONHECER.

Desde 2010, diversas parcerias entre Caminho Marinho e pesquisadores externos foram responsáveis pelo desenvolvimento de teses, dissertações e monografias que resultaram em artigos científicos e resumos em encontros regionais e internacionais. Dentre os projetos de Pesquisa do Caminho Marinho, destacam-se: 

No Caminho das Tartarugas – Captura Intencional das tartarugas no Sul do Brasil

Buscando conhecer as tartarugas marinhas que ocorrem no Sul do Brasil, o Caminho Marinho Caminho Marinho promove Expedições em importantes áreas de alimentação de tartarugas-verdes, assim como um monitoramento ininterrupto nos Molhes da Barra, Rio Grande, Rio Grande do Sul, através de um Programa de Captura Intencional de Tartarugas Marinhas. Além de registrar importantes dados populacionais e coletar amostras biológicas, Caminho Marinho acaba assistindo a metade das tartarugas marinhas que encontram, seja por problemas como ingestão de lixo marinho, ocorrência de tumores, sanguessugas, colonização massiva de epibiontes, e/ou interações com embarcações e artes de pesca como redes ou anzóis.

Abundância de Tartarugas Marinhas através de Avistagem

Para conhecermos as tendências em abundância de tartarugas marinhas em diferentes áreas de alimentação, um método prático, aplicado e de baixo custo vem sendo desenvolvido e aplicado, a avistagem desde ponto-fixo. Utilizando-se de contagem direta através de observação em um ponto fixo predeterminado, ao longo de diferentes cenários oceanográficos, tendências na abundância relativa de tartarugas são calculadas através de modelos, demonstrando em quais situações ocorre o aumento de tartarugas em nossa região.  

Monitoramento da Pesca Artesanal do Sul de Santa Catarina em prol da conservação das tartarugas marinhas 

Em tempos nos quais várias pescarias economicamente rentáveis geram alta mortalidade às tartarugas marinhas, é fundamental encontrar e fomentar artes de pesca artesanal que não demonstram impactos negativos a tartarugas marinhas e outras espécie sem valor comercial. Sob responsabilidade do Biólogo Jefferson Bortolotto, Caminho Marinho caracterizou a atividade pesqueira artesanal em comunidades de Garopaba, Imbituba e Laguna, promovendo resultados fundamentais na comprovação do compromisso da pesca artesanal no Sul de Santa Catarina à conservação das tartarugas marinhas. Foram acompanhados mais de 200 desembarques da pesca artesanal, sendo 20% destes acompanhados por observadores de bordo. Além de não capturar espécies sem valor ou tamanho comercial, foram registrados apenas 9 tartarugas, como pode-se ver nos trabalhos abaixo. 

Monitoramento da Pesca Artesanal nos Molhes da Barra

Sob o contexto da interação entre pesca e tartarugas marinhas, Caminho Marinho busca caracterizar a atividade pesqueira artesanal no Molhe Oeste da Barra de Rio Grande através do acompanhamento cotidiano do setor. Ao longo do monitoramento, observou-se a ocorrência de tartarugas marinhas, sempre vivas e prontamente liberadas ao mar pelos pescadores artesanais, além de uma alta seletividade específica (apenas espécies economicamente interessantes) demonstrando o Caminho percorrido pela comunidade em busca de uma pesca responsável e amiga do Meio Ambiente. 

Diversidade genética da Tartaruga-verde Chelonia mydas nos Molhes da Barra

De onde vêm as tartarugas marinhas? As tartarugas marinhas se reproduzem no Brasil do Rio de Janeiro ao Pará, mas migram para se desenvolverem nas produtivas águas do Sul do Brasil. Entretanto, ainda que possam demorar mais de 50 anos, elas retornam a mesma praia que nasceram – hábito conhecido como filopatria – fechando o Ciclo da Vida das Tartarugas Marinhas. Baseado neste panorama, Caminho Marinho conta com o apoio do Instituto de Oceanografia da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), através da Profa. Dra. Maíra Proietti,  para conhecer as origens das tartarugas marinhas que utilizam os Molhes da Barra como área de alimentação. 

Fisiologia da Invernagem de tartarugas verdes em águas temperadas

Que as tartarugas marinhas são animais com temperatura diretamente relacionadas a temperatura do mar, isso não é novidade. Mas como as tartarugas marinhas podem sobreviver a baixas temperaturas (<14ºC), sem saírem para respirar em intervalos que podem durar meses? Este é o contexto base para o estudo da fisiologia dos juvenis de tartaruga-verde, que através da coleta de sangue em animais sadios capturados no ambiente, avalia a concentração de biomarcadores (perfil bioquímico, lactato, leptina, grelina) que podem auxiliar a elucidar os mecanismos que auxiliam as tartarugas marinhas na sobrevivência em suas áreas de distribuição mais austral.

Toxicologia das Tartarugas Marinhas

A contaminação do ambiente costeiro gera impactos à população humana ao seu redor, assim como todos os animais que nele convivem. Caminho Marinho busca avaliar os impactos de tais contaminantes nas tartarugas marinhas, além de utilizá-la como bioindicador da saúde do ambiente. Com o apoio do Instituto de Ciências Biológicas (Universidade Federal do Rio Grande), através da parceria com os Pesquisadores Prof. Dr. Adalto Bianchini e Dra. Cinthia Carneiro, Caminho Marinho vem coletando amostras de sangue total e esfregaço das tartarugas marinhas amostradas nos Molhes da Barra, RS, mas ainda sem resultados preliminares.

Pesquisa

Lucas Oliveira¹²; Ricardo C.  Escobar²; Gustavo M. Souza¹²³

¹Projeto Caminho Marinho. CEP 96206-000, Praia do Cassino, Rio Grande,RS, Brasil ²Universidade Federal do Rio Grande – FURG. CP 474, CEP 96.201-900, Rio Grande, RS, Brasil. ³Karumbé, Avda. Gral Rivera 3245, CP 11200, Montevideo, Uruguay

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Palavras-chave: avistagem, captura, sazonalidade

Na desembocadura da Lagoa dos Patos (32°09’38”S e 52°05’54”W), dois quebra-mares protegem da ação das ondas e do assoreamento natural a barra do canal que dá acesso ao ambiente estuarino. Com exceção de Torres no extremo norte gaúcho, os molhes da barra de Rio Grande são as únicas estruturas rochosas de grande dimensão ao longo de toda costa gaúcha e apresentam um papel fundamental na ecologia de diversas espécies, pois essas estruturas oferecem proteção e estrutura para fixação de comunidades, assim como possíveis tocas.

Além da importância ecológica, os molhes também possuem importância econômica, tanto como fonte de recursos pesqueiros artesanais como para o turismo na região, com as tradicionais vagonetas movidas à vela, que levam os visitantes em um passeio ‘mar adentro’ através de trilhos de trem sobre a muralha de pedras. Apesar do conhecimento sobre a importância à biodiversidade marinha, os registros sobre ocorrência de tartarugas marinhas na região são oportunísticos.

Assim, o objetivo deste trabalho é avaliar a ocorrência de tartaruga-verde nos molhes da Barra de Rio Grande durante as estações de outono/inverno. Para avaliar a ocorrência de juvenis de tartaruga-verde, entre Abril e Julho de 2016, foi utilizado o método de captura intencional com redes de emalhe, tecidas com nylon monofilamento, de 50 m de comprimento, 3,2 m de altura e 30 cm de malha (entre nós). De cada indivíduo capturado, registrou-se o Comprimento Curvilíneo de Carapaça (CCC) através de fita métrica flexível (erro = 0,1 cm) e posteriormente foram marcados e liberados. Em 7 dias de esforço de captura, totalizando 8:20 horas de rede na água, foram registradas 8 capturas intencionais e um exemplar capturado incidentalmente pela pesca artesanal local. Dos 7 dias de esforço de captura, em apenas 2 não houveram capturas.

Seguindo as tartarugas

Ano

Capturas

Comprimento Curvilíneo de Carapaça (CCC)