As tradicionais cenas de tartarugas deixando para trás o ninho e caminhando ao mar não ocorrem na região sul do Brasil. Apesar das tartarugas marinhas não desovarem na região sul, a região é uma importante área de desenvolvimento e alimentação para as 5 espécies que ocorrem no Brasil: Tartaruga de Couro, Tartaruga de Pente, Tartaruga Verde, Tartaruga Cabeçuda e Tartaruga Oliva.
Mesmo a tartaruga permanecendo 99% de sua vida no ambiente costeiro, a grande maioria das pessoas não tem conhecimento da presença destes répteis na área costeira, muito menos que podem impactar diretamente em sua conservação. A ingestão de resíduos, em especial os plásticos, utilizados por todos nós, é apontada como uma das principais ameaças às tartarugas marinhas. Além disso, as tartarugas marinhas podem interagir com diversas artes de pesca e, em menor escala, terem sua carne consumida e seu casco comercializado como adorno.
A tartaruga-verde, devido à abundância, hábito costeiro (alimenta-se de macroalgas, fixadas aos costões rochosos) e resistência a baixas temperaturas, pode ser considerada a espécie mais comum em toda a costa do Brasil. Entretanto, informações de abundância, sobrevivência, migrações locais e sazonais ainda são fragmentadas e escassas, exatamente por isso que é a espécie foco de estudo do Caminho Marinho, tanto no sul de Santa Catarina como no sul do Rio Grande do Sul.